The Trading Ring

No “Short” é que está o ganho

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A negociação de ativos pode parecer intimidante para muitos os que se iniciam. E com razão. Ela não deixa de intimidar mesmo para quem tem experiência, a única certeza que existe é que os últimos têm a capacidade para ler o que está a acontecer em quase todos os momentos. Um dos exemplos que pode fazer alguém inexperiente franzir o sobrolho é a ideia de que é possível lucrar quando o valor de uma ação, ETF, matéria-prima ou outro qualquer ativo, desce o seu preso. Esse pequeno pro”maior” é a possibilidade de te poderes tornar agnóstico em relação ao preço ter que subir ou descer para lucrar. Podes lucrar em qualquer direção, desde que optes – claro – pelo lado certo.


O que significa?

“Shortar” é o oposto de “ir longo” em um ativo financeiro. É apostar na queda do preço desse ativo. Como exemplo, se uma ação estiver a ser negociada a 20 Euros, tu ganharás dinheiro caso ela caia para um preço inferior a esses 20 euros e perderás dinheiro caso ela suba para um valor acima dos 20 euros. A mecânica básica envolve pegar emprestado o ativo de alguém, vendê-lo no mercado e, posteriormente, recomprá-lo a um preço mais baixo para obter lucro.

Imagina que te comprometes a vender a alguém por 20 euros uma T-Shirt que ainda não tens. Tu só vais fazer lucro se posteriormente conseguires arranjar forma de comprar a T-Shirt por 18 euros, por exemplo. é no momento em que compras a T-Shirt por 18 euros que sabes que vais lucrar 2 euros porque já sabes que a vendes por 20. se por outro lado não encontrares forma de comprar a T-Shirt que prometeste vender a 20 euros a um preço inferior, é certo que vais perder dinheiro. Se a comprares a 22 euros como tens o compromisso de a vender por 20, perdes 2 euros. O princípio simplificado de “Shortar” é esse.

Quando vais “longo”, compras o ativo a um preço mais baixo e vais vendê-lo a um preço mais elevado. Quando vais “curto” tu primeiro vendes o ativo que ainda não tens (daí a designação que fazes primeiro o “sell”) e só no final fazes a compra (“buy”) do ativo para então a negociação com que te comprometeste à cabeça, se concretizar.



Os Riscos do Short Selling

“Shortar” um ativo pode ser lucrativo, mas também vem com seus próprios riscos. Ao contrário de “ir longo”, onde o máximo que podes perder é o investimento inicial (compras uma T-Shirt por 20 euros e não a consegues vender a ninguém), o “shortar” pode ser teoricamente ilimitado, se o preço do ativo subir, as perdas podem-se acumular rapidamente (seria o equivalente a te comprometeres a vender a T-Shirt a 20 euros, mas de repente o mercado só te vende T-Shirts a 100, 200 ou 300 euros e tu que te comprometeste a vendê-la por 20 euros perderás cada vez mais dinheiro quanto mais o preço do mercado subir).

Os chamados “Short Squeezes”, são muitas vezes acionados. Como aconteceu por exemplo em 2021 com a Gamestop ou da Tesla em 2019, para citar apenas dois desses casos, com o preço a subir múltiplas vezes e a “espremer” os fundos de valor e os traders que estão a apostar na queda do preço do ativo. Como para proteger a posição eles vão ter de a fechar ou comprar uma posição de para estancar a perda, tal acelera ainda mais a subida do preço do ativo. Isso pode levar a perdas significativas para os traders “short”. E com isso esmagar as margens de liquidação forçada da posição.


Técnicas no Short Selling

Para os traders experientes, o short selling é ferramenta poderosa que pode ser utilizada para aproveitar oportunidades de lucro em mercados em queda. Ao contrário dos iniciantes, esses traders já possuem um entendimento sólido dos conceitos básicos e estão à procura de soluções para aprimorar os resultados.

Enquanto os traders novatos tendem a evitar mercados em queda, os mais experientes procuram por ações ou ativos com tendência de baixa clara e estabelecida, identificando pontos de entrada ideais para iniciar posições curtas, como retrações em níveis de resistência ou padrões de reversão de tendência. Tratam-se das mesmas regras e princípios usadas para entrar longo, mas neste caso no sentido inverso.

Short Selling em Rallies de Alívio: Durante uma tendência de baixa, muitas vezes ocorrem rallies de alívio ou correções temporárias no preço. A estratégia a aplicar é abrir ou adicionar posições curtas a preços mais favoráveis durante esse rallie, usando indicadores técnicos como o Índice de Força Relativa (RSI), as retrações Fibonacci ou as bandas de Bollinger para identificar pontos de exaustão onde a tendência de baixa pode retomar.

Hedging com Short Selling: Outra opção é usar o short selling como forma de proteger os portfólios onde se aposta na subida de preços dos ativos em causa. São identificados ativos correlacionados ou mesmo os exatos ativos que possuem nos seus portfólios e abrem posições curtas como uma forma de hedge. Isso permite que eles reduzam a exposição ao risco sem a necessidade de vender as posições onde apostam a longo prazo.


Conclusão

“Shortar” o mercado financeiro pode ser uma ferramenta valiosa para os traders, mas é importante entender completamente os riscos e requisitos envolvidos. Para os iniciantes, é essencial começar com pequenas posições e praticar uma gestão de risco sólida. Com o tempo e experiência, “ir short” pode-se tornar uma parte lucrativa da tua estratégia de investimento. O short selling oferece oportunidades significativas de lucro mais substancial. A maior parte dos traders amadores pensa em comprar em baixo e vender acima. Pensa na tua vantagem em poderes ganhar em ambas as direções.


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