Esta semana o S&P 500 atingiu um novo valor Record. Ultrapassou o último máximo de 3 de Janeiro de 2022 (4796 pontos) que antecedeu a longa queda com 25% de correção até Outubro desse ano. É um Bull Market confirmado e para continuar? Ou há nuvens pela frente?
A temporada de resultados do quarto trimestre gera preocupações no mercado, com as empresas do S&P 500 a apresentar perspetivas futuras contidas e orientações cautelosas. As empresas focadas no consumidor, focam-se agora no facto das pessoas estarem mais “apertadas” com preocupações com liquidez. Há riscos associados à desaceleração do crescimento na Ásia/China para as marcas globais de consumo.
No setor da Tecnologia e Inteligência Artificial, existe o risco de desvalorização das ações se os investimentos de capital não gerarem os ganhos incrementais prometidos. O motor da Inteligência Artificial que arrastou as “Sete Magníficas” o ano passado para um ano extraordinário, começa 2024 a impulsionar um rali nas tecnologias É, pois, um mercado de alta extraordinário desde outubro de 2022. Empresas de semicondutores, como Nvidia e a Advanced Micro Devices agradeceram e de que forma a procura crescente por chips de alta qualidade para IA.
Efetivamente, o S&P só está a ser puxado pelas Tecnológicas e em particular pelos semicondutores. É incrível pensar que menos de 30% do total de ações que fazem parte do S&P estejam a negociar acima da sua média de 20 dias, isto é, a maior parte delas não está em território oficialmente Bullish.
Resiliência no mercado e o jogo do corte de juros
As especulações sobre cortes de taxa da FED contrastam com um cenário que sou levado a considerar, com base na análise que faço da realidade. A navegação por parte da Reserva Federal tem um foco muito apertado. Jerome Powell, o presidente da FED múltiplas vezes deixou claro ao que a Reserva Federal vem.
Chamem-lhe “conservador”. Mas porque razão é que alguém que quer controlar a inflação mais do que qualquer outra coisa, irá apressar-se a descer as taxas de juro quando vê a resiliência do consumidor e do mercado de trabalho americanos? Para lá do “vergonhoso” valor de 34 “trillions” de dólares de défice americano, o resto parece sólido na economia do Tio Sam.
Considere-se então que sim, mais cedo ou mais tarde, as taxas de juro começam a descer, os mercados reagem com otimismo, a economia tem um pouso suave. Não me parece que a decisão seja tomada ainda em Março, pelo que, na melhor das hipóteses vamos para o primeiro corte em Maio. Se isto acontecer assim, o S&P 500 pode rumar aos 5200 nos próximos meses. Para ter um Bull Market confirmado, terá de se aguardar por 2 semanas consecutivas acima dos 4820, que é agora a marca fronteira para o disparo. A montanha de dinheiro de lado, fora do sistema, disponível para ser aplicado é de 8,8 biliões de dólares, o que deixa os otimistas do mercado a salivar esperando que eles fluam para ações e títulos.
Para efeitos das eleições americanas não tenho a certeza que vá ser uma viagem sem sobressaltos. Os dois lados em combate – sim, combate – para a Casa Branca vão querer resultados diferentes a nível da economia e mercados daqui até novembro.

Desafios e Oportunidades
Diante das divergentes perspetivas sobre os resultados corporativos, as especulações sobre cortes de taxa do Fed e as projeções técnicas otimistas, os mercados enfrentam desafios e oportunidades únicas. A incerteza em torno da qualidade dos resultados que agora vão começar a aparecer podem impactar negativamente as ações, especialmente se as orientações não atenderem às expectativas de crescimento.
Nota: As informações fornecidas são baseadas nos dados disponíveis até ao dia 19 de Janeiro de 2024. O texto reflete as minhas observações pessoais, não deve ser interpretado como conselho ou recomendação de investimento financeiro. A incerteza de múltiplos fatores tem efeitos significativos no mercado de capitais. O conteúdo descrito obriga a mais dados e pesquisa ou consulta financeira profissional. Os textos deste blog proporcionam um guia no entendimento das condições de mercado, têm um fim informativo ou educacional. Quaisquer perdas, danos ou ganhos resultantes de negociações realizadas são da responsabilidade única do leitor.