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Volatilidade: Como Transformar Risco em Oportunidade?

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A volatilidade é uma das características mais marcantes dos mercados. Para muitos investidores, ela representa incerteza e risco. No entanto, a volatilidade é uma ferramenta poderosa para encontrar oportunidades de lucro. Abaixo explicamos a sua relação com o risco e como se tira proveito dessas oscilações através de estratégias bem estruturadas.

O Que é Volatilidade?

A volatilidade mede a intensidade das oscilações de preços de um ativo ao longo do tempo. Quanto maior a volatilidade, maior é a amplitude dos movimentos, tornando o ativo mais imprevisível. A volatilidade pode ser vista pelo ângulo histórico, ie, pela variações passadas de um ativo com base em preços antigos. Outra forma de a ver, é como volatilidade implícita, ou seja, a que é estimada com base nas expectativas do mercado, frequentemente calculada a partir das opções. Ou de um modo mais focado, temos a volatilidade realizada que corresponde às variações reais que ocorreram em um determinado período.

Uma alta volatilidade pode gerar oportunidades de ganho rápido, mas também aumenta o risco de perdas abruptas. Uma baixa volatilidade pode significar mercados mais previsíveis, mas com menor potencial de lucro em curto prazo.

A volatilidade pode ser vista de duas formas. Para investidores de longo prazo, representa incerteza e possíveis perdas temporárias. Para traders ativos, cria oportunidades de operações rápidas e lucrativas.

Exemplos Práticos são as crises económicas. A pandemia de Covid em 2020, fez os mercados afundarem com a travagem brutal das economias em dias. Mas eles igualmente  recuperaram rapidamente.

Os resultados trimestrais com balanços e previsões financeiras das empresas podem gerar grandes oscilações. As ações das empresas variam em função dessa apresentação de resultados, levando a fortes subidas ou descidas no valor.

Anúncios de mudanças fiscais ou políticas monetárias, dados da inflação ou do desemprego, afetam setores específicos ou os mercados na sua globalidade. Instabilidades geram incerteza nos mercados, aumentando a volatilidade.

A liquidez do ativo influencia a possibilidade deste ser volátil, muito embora não signifique que um ativo com muita liquidez, não possa ter volatilidade. Diz antes, que um ativo com pouca liquidez tem mais volatilidade, pois pode gerar movimentos bruscos com menos negociações. Ações nos mercados secundários ou mais recentemente, o exemplo das Memecoins no universo Crypto.

Estratégias de trading para aproveitar a volatilidade

Para começar, deves estruturar as tuas entradas fazendo checkout destes passos:

  • Define um stop-loss adequado.
  • Utiliza posicionamento ajustado ao tamanho da conta.
  • Evita exposição excessiva a um único ativo.
  • Utiliza hedging para proteger posições.

Depois podes usar diferentes técnicas, conforme a identificação da melhor delas para cada situação

  • Scalping: Acumula pequenos ganhos em múltiplas operações curtas.
  • Swing Trading: Aproveita oscilações médias em períodos de dias ou semanas.
  • Mean Reversion: Entra quando um ativo se desvia significativamente da média.

Imagem: Variação de preço de ação vs, a média móvel de 10 períodos (explicada abaixo)

Como identificar ações com alta volatilidade diária

A volatilidade diária pode ser medida através de indicadores como o Average True Range (ATR), que calcula a amplitude dos movimentos do preço. Outra abordagem é observar a variação percentual diária da ação, procurando aquelas que oscilam mais de 3% ao dia. Além disso, ações com altos volumes de negociação, eventos corporativos relevantes e setores voláteis, como tecnologia e energia, tendem a apresentar maior volatilidade.

A média móvel de 10 períodos (EMA 10) é útil para identificar tendências curtas no day trading. A lógica é simples:

  • Preço acima da média móvel → tendência de alta → oportunidades de compra.
  • Preço abaixo da média móvel → tendência de baixa → oportunidades de venda.
  • Inclinação da média → uma média ascendente indica força compradora, enquanto uma descendente indica fraqueza.

Essa estratégia pode ser combinada com padrões de pullbacks, buscando entradas quando o preço retorna à média móvel antes de retomar a tendência.

Consolidação e rompimentos são pontos de entrada e saída

A consolidação ocorre quando o preço oscila dentro de uma faixa estreita antes de um movimento significativo. Identificar esses momentos permite operar rompimentos:

  • Rompimento de alta → entrada na compra caso o preço ultrapasse a resistência.
  • Rompimento de baixa → entrada na venda se o suporte for perdido.
  • Confirmação com volume → um aumento de volume reforça a validade do rompimento.

Imagem: Variação do Índice de Volatilidade VIX que reflete o índice do medo com o mercado de opções do SP500

Estratégia de Rompimento de Volatilidade

O rompimento acontece quando o preço ultrapassa suportes e resistências estabelecidos, indicando um novo movimento direcional. Os traders utilizam essa técnica para capturar grandes variações de preço. Os indicadores mais úteis são s ATR e as médias móveis

  • ATR (Average True Range): mede a amplitude das oscilações de preço, ajudando a definir alvos e stop-loss adequados. Criado por J. Welles Wilder, o ATR mede a média da amplitude de variação do preço em um período definido. Quanto maior o ATR, maior a volatilidade.
  • Índice de Volatilidade Relativa (RVI) mede a força direcional da volatilidade. Funciona de forma semelhante ao RSI, mas aplicado às variações de preço. Acima de 50: tendência de alta com volatilidade crescente. Abaixo de 50: tendência de baixa com volatilidade elevada.
  • Médias móveis: usadas para confirmar a direção do rompimento. Um cruzamento de médias pode reforçar a força do movimento.
  • Bandas de Bollinger: útil para identificar compressões de volatilidade que precedem rompimentos.
  • VIX (Índice de Volatilidade da CBOE) Conhecido como o “índice do medo”, o VIX reflete a expectativa de volatilidade do mercado de opções do S&P 500. Um VIX alto sugere maior incerteza e aversão ao risco, enquanto um VIX baixo indica um mercado mais estável.
Conclusão

A volatilidade não deve ser temida, mas compreendida e utilizada estrategicamente. Traders bem preparados sabem como identificar padrões e aproveitar oscilações para maximizar seus lucros. Ao utilizar ferramentas de análise técnica e manter um plano de gestão de risco eficiente, é possível transformar a volatilidade em uma vantagem competitiva no mercado.


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