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Teoria da Tulipomania, um alerta para quem investe

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A Teoria da Tulipomania vem do evento histórico do século XVII e refere-se a uma bolha económica especulativa no mercado de tulipas. O preço da tulipa assumiu preços exorbitantes e, subsequentemente, a um colapso abrupto. O episódio serve como narrativa crucial para entender as bolhas. Os mercados financeiros têm ciclicamente momentos de especulação pura. A condição humana tem em si a ganância como um dos chamados “pecados mortais”.

As tulipas trazidas da Turquia para a Europa, rapidamente evoluíram de flores exóticas para símbolos de status durante o século XVII. O diplomata flamengo Ogier Ghiselin de Busbecq e o sultão Suleyman, cujo amor por flores inspirou a popularização das tulipas, foram responsáveis pelo fenómeno que atingiu o seu auge em 1634 quando a falta de tulipas começou a ser associada a mau gosto e baixo status social.

Na República Holandesa, hoje Países Baixos, assistiu-se à primeira bolha especulativa registada. Os “futuros” de tulipas, viu os preços dispararem devido ao status simbólico das flores. Há histórias de ofertas extravagantes, como 12 acres de terra por uma tulipa rara, a exacerbar a especulação. As bolhas do mercado financeiro começava a sua história.

As Tulipas Modernas

Ao comparar a Tulipomania com bolhas especulativas mais recentes, como a bolha da internet em 1999, a bolha imobiliária nos EUA em 2007 ou a queda das criptomoedas em 2022, notamos padrões comuns. Antes o mesmo aconteceu com a Bolha do Mississippi (1719-1720), a Bolha da South Sea (1720), o Mercado de Alta dos Anos Loucos de 1920 (1924-1929), a “Economia de Bolha” do Japão nos anos 1980.

O impulso dessas bolhas foi impulsionado por uma combinação de status simbólico, fé de valorização futura e especulação desenfreada. Nas duas últimas décadas, vimos a busca por ativos de empresas ligadas à Internet, sendo que muitos investidores perderam muito dinheiro, o mesmo acontecendo com a febre das criptomoedas na vaga anterior até 2022, ambas seguidas por quedas dramáticas e que levaram muitos investidores esperançados a perder dinheiro.

Voltando à Tulipomania, em fevereiro de 1637, os preços das tulipas atingiram um ponto em que os compradores perderam o interesse. O governo interveio, reclassificando os contratos de futuros como opções e recusando-se a aplicá-los em tribunais. Esta ação resultou no colapso final da especulação em tulipas. Essa é uma lição atemporal sobre os perigos da especulação descontrolada e a necessidade de intervenções regulatórias, normalmente dos estados e/ou entidades de regulação.

À luz dos mercados financeiros contemporâneos, porque os ativos podem ser vários, mas o princípio é o mesmo, recordo a importância da gestão de risco. Como investidor, podes aprender com os erros do passado, diversificando não apenas os ativos onde investes mas também repartir por vários setores. Reconhecer a rotação do dinheiro entre setores e os diferentes ciclos económicos é fundamental para uma abordagem de investimento equilibrada. A história das tulipas é um lembrete constante de que a prudência e o entendimento da psicologia de mercado são cruciais na prevenção de bolhas especulativas.

Conclusão

A Tulipomania não é apenas uma curiosidade histórica, mas uma fonte valiosa de ensinamento para os investidores modernos. Ao compreender as dinâmicas que levaram ao surgimento e queda da Tulipomania, devemos sempre olhar de modo controlado decisões de investimento. O FOMO (“Fear Of Missing Out”) normalmente acaba por deixar a batata quente nas mãos dos últimos a chegar. Sim, muita gente ganhou dinheiro com investimento nas tulipas, nas empresas de internet no final dos anos 90, na negociação de criptomoeda. Mas muitos mais perderam e esses foram os que chegaram mais tarde. As bolhas do mercado financeiro acabam sempre por estoirar nas mãos de quem segura o ativo no fim. Há e haverá sempre a necessidade contínua de vigilância e abordagens prudentes nos mercados financeiros.


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